AsCo

Um minuto, ou nem isso
E todo aquele medo, repentinamente vira asco, elevado a quinta potência de ódio
Maldito seja quem? O sistema? Seria hipocrisia ?
A única vontade era de arrancar toda a pele do meu corpo e abraçar uma criança
Não se pode mais duvidar da desumanidade que assombra esse caos urbano
E um vislumbre, em meio um surto de morte é que surge na mente
Aquilo que se acredita ser suas últimas imagens reais desse mundo
E em plena várzea de lama afundando no Aqueronte eu via um lírio branco
Ele sujo, como os porcos possuidos por aqueles espíritos de quinta categoria
Sem identidade, sem personalidade
E eu só pensava que ele tinha mãe, que foi um bebê um dia, e que fora carregado por nove meses em um ventre.
E todo aquele asco, se tornou lamentos, elevados a quarta potência de pena.

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