Nesse mato tem coelho

Andava descalça, aquela terra era tão vermelha que me dava vontade de comê-la, e comí, pelas unhas e pelos dedos dos pés.
Um cheiro de fumo no chapéu daquele senhor,e era goiano,aliás ele todo cheirava a fumo,também andava descalço. Seus pés por sí já eram sapatos.
Aquela moça requebrando com um saco de juta equilibrado na cabeça,bem cheio,parecia pesado,cantarolava : Santa mãe Maria nessa travessia me cubra com seu manto cor de anil....
Eu caminhava devagar, via alguns anús voando baixo e me olhando torto, será que eles sabiam que eu queria roubar galinha! Entrei no paiol  para pegar um sabugo com uns  caroço de milho e de lá saiu um menino todo velho,enrrugado,com dois chifres de tamanho diferentese me disse: Galinha não! Nesse mato tem coelho.
Corri do paiol, mais que depressa atravessei a bica, escorreguei e caí em cima de umas  folhas de taioba, a água estava morninha, agradável.
Acordei, tinha mijado na cama depois dos 20 anos.

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