O Segundo Amor

Querido Arnaldo,

Meu segundo amor foi o primeiro de pele, carne, osso e bunda!
E convenhamos, que bunda! Ela era contemplada pela sua saliência.
Um belo par de olhos verdes e umas pintinhas charmosas no rosto.
O cara perfeito, o genro que mamãe queria ter.
Bom moço, trabalhador, educado e skatista.
Meu Jedi
Fomos nos descobrindo
Teríamos um filho que se chamaria Dimitre.
Moraríamos no exterior.
Usaríamos sempre camisinha.
Foram muitas descobertas, se ele não mentiu, a minha primeira vez foi também a primeira dele.
Nos amamos mesmo em estados diferentes,
Ele não gostava de poesia
Eu não sabia jogar vídeo game
Mas vivia no Sarau
Chamava ele de capitalista como se fosse um defeito
Demorou mas ele um dia me escreveu uma carta de amor, com selo de Sampa
Demorou muito para que eu esquecesse nosso fulgor
Éramos felizes e eu sabia,  mas eu conheci outro cara
E troquei um ótimo partido
Por aquele que partiria meu coração e seria o pai dos meus filhos.

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