Detesto ouvir não
Ele não quis conhecer minha casa
Preferiu um lugar que fosse “nosso”, mesmo que só por
algumas horas
Ele não entendeu que na minha casa eu conservaria as
lembranças mais vivas,
Que conseguiria gravar o cheiro dele nos meus lençóis
Que guardaria os rastros da sua pele nas paredes emaranhadas
do seu suor
Ou que até mesmo que seu semem serviria para a reprodução
das minhas poesias
Ele não entendeu que embora a vontade do corpo seja forte
Eu gostaria de lhe
mostrar um álbum de fotos como retrospecto dos últimos 15 anos
E quem sabe mostrar que eu também tenho dotes culinários,
Preparar um drink com alguma coisa da minha horta.
Depois do por do sol, eu pude ver seus lindos pés de mutante, no branco da cerâmica fria do banheiro
Toques lascivos, ângulos e posições efêmeras.
Mas meu banheiro é vermelho.
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Despertou meus sentidos
E desistiu...
Ele não parece ser curioso.