Falando com um estranho

Planejado filho de uma paixão febril
O primeiro pari no inverno
Num fim de tarde do final de Julho
Ele não chorou ano nascer
Mas eu sim, choro até em especial do Roberto Carlos
Me olhou nos olhos quando o debruçaram sobre meu colo placentário
Dali em diante nenhum dia seria igual
Recebeu nome de Guerreiro
Como símbolo de fortaleza
É um menino das exatas
Tímido e atencioso
Inteligente mas preguiçoso
Tem quase 12 meu Miguel

Segunda cria da mesma paixão febril
Inesperadamente para fechar um ciclo
Deu continuidade à minha feminilidade
No seu nascimento revezamos gritos
Floresceu meus dias, meus Setembros
Humanas, igual a mãe
Tem os dedos do pai
É meiga mas geniosa
Doce e medrosa
Recebeu o nome de sabedoria
Tem 10 primaveras a minha Sophia

O terceiro não vi nascer
Mas o peguei no colo nas horas seguintes
Me olhou como quem dizia
Que bom te encontrar aqui!
Não o carreguei em meu útero
Mas o tenho como um fruto
Da minha prole posteridade
Há 5 anos no meu ninho
É amoroso e espuleta
Extrovertido e tagarela
Ganha o mundo com seu sorriso
Gustavo veio a agosto de Deus
Quando as águas de Março fechavam o verão e as promessas de vida no meu coração

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